quarta-feira, 25 de julho de 2012

Nutrição no envelhecimento



Tainá Manzatto para Jornal Mexa-se/Jundiaí



É fato que a população do mundo, inclusive a do Brasil, está vivendo mais e se tornando mais enve-lhecida. O envelhecimento é um processo que compreende diversas modificações psicológicas, fisiológicas e nutricionais nos indivíduos. Com a diminuição da sensibilidade gustativa e olfativa e da secreção de ácido clorídrico, o paladar e hábitos alimentares também mudam e é necessário atenção por parte dos familiares a esses fatores. Os alimentos oferecidos a esse público devem ser compatíveis com essas modificações.
É notório que há diminuição no consumo de frutas e verduras, o que se deve, possivelmente ao fato de a dentição estar prejudicada e às próteses mal ajustadas, entre outros fatores, o que contribui para que esses alimentos tão ricos em vitaminas e minerais essenciais ao organismo tenham seu consumo diminuído. Além disso, as doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes e hipertensão, já estão estabele-cidas em grande parte dos idosos. Nesses casos, o cuidado com a alimentação deve ser redobrado, visto as complicações que elas podem trazer.
Portanto, é necessário que haja modificações na dieta das pessoas mais idosas, com oferta de carnes bem cozidas e frutas e verduras frescas e bem higienizadas. Deve-se oferecer verduras em forma de saladas e cozidas, evitar alimentos restritos para sua possível patologia de base, como frituras, alimentos gordurosos, excesso de açúcares e alimentos processados.
O risco de desnutrição nessa fase da vida é grande e precisa ser observado, visto a possível necessidade de suplementação nutricional. Mas o inverso, a obesidade, também se faz presente, portanto, para ambas as situações, é necessário acompanhamento de um profissional para avaliar as necessidades desse indivíduo. A obesidade em idosos se dá, normalmente, pela facilidade, oferta e praticidade de produtos industrializados e de fácil mastigação, deixando de lado os alimentos integrais, as frutas, as verduras, o consumo de água, consumo de fibras, o que também contribui para a dificuldade em evacuar observada nessa população, além de outros
. Os cuidados, portanto, são muitos.
O conhecimento sobre os benefícios da boa alimentação é muito difundido, mas não é praticado na mesma escala. É necessário conscientização em relação à formação dos hábitos alimentares, que se dá na infância. Na 3a idade já estão estabelecidos e consolidados, mas vale ressaltar que, nem por isso, deve-se deixar de ofertar os alimentos que sabemos ser necessários, mas sempre com respeito pelas preferências individuais e numa linha tênue do bom senso.
O acompanhamento da equipe mutidisci-plinar pode, com certeza, trazer longevidade e qualidade de vida para nossos idosos, que merecem todo o nosso carinho e respeito.

Tainá Manzatto é nutricionista (11-9310-0955)

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